Joanete

Pós-operatório da cirurgia de joanete: guia completo

Entenda os cuidados no pós-operatório da cirurgia de joanete e o tempo de recuperação.

No pós-operatório da cirurgia de joanete, pequenas decisões no dia a dia definem o conforto, segurança e resultado.

Este guia explica os cuidados, prazos e sinais de alerta para você caminhar com confiança.

Pós-operatório da cirurgia de joanete: primeiras 48 horas

As duas primeiras noites pedem atenção especial. A meta é controlar a dor e inchaço, manter o curativo íntegro e proteger a correção feita na cirurgia.

Com base na minha prática como cirurgião especialista em joanete, a minha orientação nas primeiras 48 horas é:

  • Repouso relativo, caminhe apenas para necessidades básicas, usando o sapato pós-cirúrgico.
  • Elevação do pé, posicione o calcanhar acima do nível do coração várias vezes ao dia.
  • Gelo envolto em pano por 15 a 20 minutos, com intervalos regulares.
  • Analgesia prescrita, siga horários e não espere a dor aumentar.
  • Pé e curativo secos, nada de molhar até liberação do cirurgião.

Controle de dor e inchaço

Dor e edema variam de pessoa para pessoa. O objetivo é reduzir a inflamação sem comprometer a cicatrização.

Confira o que fazer para aliviar a dor e diminuir o inchaço:

  • Gelo programado no mesmo horário dos remédios melhora a resposta analgésica.
  • Compressão leve com bandagem elástica, apenas se o cirurgião orientar.
  • Evite longos períodos em pé, faça pausas com elevação.
  • Hidratação adequada, água ajuda no controle do edema.

Curativos e higiene

Manter a ferida limpa reduz risco de infecção e dor na cicatriz. A troca do curativo costuma ser simples, porém, exige técnica.

  1. Não retire curativos por conta própria antes da primeira revisão.
  2. Banho com proteção impermeável, nada de imersão.
  3. Após liberação, lave com água e sabão neutro, seque com toalha macia por toque.
  4. Creme hidratante apenas na pele ao redor, nunca sobre a incisão fechando ainda.

Carga e marcha com sapato pós-cirúrgico

O sapato de sola rígida protege a correção e distribui o peso. O uso correto acelera a recuperação e diminui a dor ao andar.

  • Caminhe em superfícies planas, passos curtos e ritmo calmo.
  • Use muletas se indicado, retire conforme orientação.
  • Espaçador entre o primeiro e o segundo dedo, quando prescrito, ajuda a manter o alinhamento.
  • Troca para calçado largo e firme entre a quarta e a sexta semana, conforme radiografias e exame clínico.

Mobilidade e fisioterapia

Movimentos precoces evitam rigidez. A progressão precisa ser gradual e sem dor intensa.

  1. Deslize do hálux na toalha, mova o dedão para cima e para baixo, poucas repetições várias vezes ao dia.
  2. Faça um alfabeto com o tornozelo no ar, pois melhora a circulação e amplitude sem carga.
  3. Fortalecimento suave dos intrínsecos do pé, amasse uma toalha no chão com os dedos.
  4. Palmilhas e órteses personalizadas podem ser sugeridas para estabilidade e prevenção de recidiva.

Retorno ao trabalho, direção e esporte

Os prazos mudam conforme o tipo de cirurgia e o esforço exigido no dia a dia. Use estes marcos como referência e ajuste com seu médico.

  • Trabalho administrativo, entre 2 e 3 semanas, com elevação do pé durante pausas.
  • Trabalho em pé ou com deslocamentos, entre 4 e 8 semanas.
  • Direção, após liberação e troca do sapato cirúrgico por calçado firme, sem dor ao frear.
  • Atividades de impacto, corrida e saltos entre 12 e 16 semanas, quando houver consolidação óssea.

Nutrição, sono e hábitos que aceleram a recuperação

O corpo cicatriza melhor com combustível certo e noites bem dormidas. Pequenos ajustes somam.

  • Proteínas em todas as refeições, como ovos, laticínios ou leguminosas.
  • Frutas e verduras ricas em vitamina C e zinco ajudam na cicatrização.
  • Sono com o pé elevado em travesseiro, pois favorece o alivio do inchaço matinal.
  • Evite tabaco e álcool, pois pioram a perfusão e recuperação.

Sinais de alerta no pós-operatório

Identificar precocemente um desvio do esperado evita complicações e perda de resultado, portanto, fique atento a esses sinais:

  1. Febre persistente, secreção com odor, vermelhidão que avança pela pele.
  2. Dor que piora mesmo com remédio, incapacidade de apoiar o pé como antes.
  3. Formigamento intenso ou mudança de cor dos dedos.
  4. Curativo encharcado de sangue repetidas vezes.

Caso você note algum desses sinais, agende uma consulta imediatamente com seu médico.

Prevenção de recidiva e cuidados de longo prazo

O resultado se mantém com escolhas consistentes. Compartilho com meus pacientes as seguintes recomendações:

  • Calçados com biqueira ampla, sola estável e boa acomodação do hálux.
  • Alongamentos da panturrilha e mobilidade do hálux, prática regular.
  • Controle do peso corporal, redução de sobrecarga no antepé.
  • Acompanhamento anual, revisão de palmilhas e ajustes finos.

Se você vem sentindo dores persistentes no joanete, agende uma consulta para avaliar seu caso e definirmos a melhor abordagem terapêutica.

Dr. Bruno Air

Especialista em cirurgia minimamente invasiva de pé e tornozelo em Goiânia, CRM/GO, SBOT e RQE. Fellowship em Cirurgia do Pé e Tornozelo no Massachusetts General Hospital – Harvard University e no Weil Foot & Ankle Institute – Chicago. Mestre e doutor em Ciências da Saúde pela UFG.

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Dr. Bruno Air