Patologias e Condições Gerais

Doença de Freiberg: sintomas, diagnóstico e tratamento

Guia prático para identificar e tratar a doença de Freiberg.

A doença de Freiberg é uma necrose do osso da cabeça do metatarso, geralmente o segundo, que provoca dor no antepé e limitação para caminhar.

Quanto mais cedo o diagnóstico, melhor a resposta a medidas simples como ajuste de calçados, órteses e fisioterapia.

O que é a doença de Freiberg

Trata-se da morte parcial do tecido ósseo por falha de irrigação sanguínea na cabeça do metatarso.

O osso perde o formato, a superfície articular pode colapsar e a articulação metatarsofalângica fica dolorosa.

A doença de Freiberg aparece mais em adolescentes e adultos jovens, com discreto predomínio no sexo feminino.

Quem tem mais risco

Com base na minha experiência clínica como ortopedista de patologias do pé, posso afirmar que certos fatores aumentam a sobrecarga no segundo metatarso e favorecem o problema, como:

  • Segundo metatarso mais longo ou primeiro metatarso mais curto.
  • Atividades com impacto repetitivo, como corrida, dança e saltos.
  • Pé cavo ou pé plano sem suporte adequado.
  • Uso frequente de salto alto ou bico fino.
  • Histórico de microtraumas no antepé.

Sinais e sintomas

A dor localiza-se na parte da frente do pé, piora com carga e melhora com repouso. Pode haver inchaço, sensibilidade ao toque e estalo doloroso ao movimentar o dedo correspondente.

Veja em mais detalhes:

  • Dor ao dar os primeiros passos e ao usar salto.
  • Edema discreto na região da cabeça do segundo metatarso.
  • Limitação de movimento e rigidez na articulação.
  • Dificuldade para correr, pular e permanecer em pé por longos períodos.

Como é feito o diagnóstico

O ortopedista avalia a história clínica, examina o antepé e solicita exames de imagem.

O raio X pode mostrar achatamento e esclerose da cabeça metatarsal, enquanto a ressonância magnética detecta edema ósseo, áreas de necrose e ajuda a estadiar a doença de Freiberg nas fases iniciais.

Classificação e evolução

Em linhas gerais, os estágios iniciais apresentam apenas edema e pequenas fissuras, à medida que os estágios avançados cursam com colapso da superfície articular e deformidade.

Identificar a fase orienta a escolha entre medidas conservadoras e cirúrgicas.

Tratamento conservador

Na maioria dos casos, iniciar com medidas não cirúrgicas controla a dor e permite retorno gradual às atividades.

  • Redução de carga: pausa de impacto e, se necessário, imobilização curta.
  • Órteses: palmilhas com barra ou cúpula metatarsal para redistribuir a pressão.
  • Calçados: solado firme, bom amortecimento, salto baixo, caixa ampla para os dedos.
  • Medicação: analgésicos e anti-inflamatórios conforme prescrição.
  • Fisioterapia: controle de dor, mobilização articular suave, fortalecimento intrínseco do pé e da panturrilha, treino de marcha.

Quando considerar cirurgia

Se a dor persiste após tratamento bem conduzido, ou há colapso articular significativo, o cirurgião pode indicar técnicas como perfurações para revascularização, artroplastia interposicional ou osteotomias para reorientar a superfície que ainda tem cartilagem viável.

A decisão é individualizada, levando em conta o estágio, idade e nível de atividade.

Retorno ao esporte e prevenção

O retorno é progressivo, sem dor, respeitando força e mobilidade.

Para prevenir recidivas, a minha recomendação como especialista em pé e tornozelo é:

  • Condicionamento da panturrilha.
  • Controle do peso.
  • Cadência adequada na corrida.
  • Uso de calçado e palmilha que reduzam a pressão no antepé.

Se você foi diagnosticado com doença de Freiberg e busca um tratamento alinhado à sua condição, agende uma consulta para uma avaliação mais minuciosa!

FAQs

Quais sinais sugerem doença de Freiberg?

Dor no antepé que piora com carga, sensibilidade na cabeça do segundo metatarso, inchaço leve e rigidez articular.

Como confirmar o diagnóstico?

Com exame clínico e imagem. Raio X mostra alterações no formato ósseo e a ressonância detecta edema e áreas de necrose nas fases iniciais.

Qual o melhor calçado para quem tem a doença?

Modelos com solado firme, bom amortecimento, queda de calcanhar pequena e biqueira ampla. Evite salto alto e calçados estreitos.

Quando a cirurgia é necessária?

Quando a dor persiste após meses de tratamento conservador ou existe colapso articular que limita a função. O tipo de procedimento depende do estágio.

Depois do tratamento, posso voltar a correr?

Sim, desde que sem dor e com força e mobilidade recuperadas. O retorno deve ser gradual, com orientação do especialista.

Dr. Bruno Air

Especialista em cirurgia minimamente invasiva de pé e tornozelo em Goiânia, CRM/GO, SBOT e RQE. Fellowship em Cirurgia do Pé e Tornozelo no Massachusetts General Hospital – Harvard University e no Weil Foot & Ankle Institute – Chicago. Mestre e doutor em Ciências da Saúde pela UFG.

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Dr. Bruno Air