Joanete

Quando indicar cirurgia de joanete?

Entenda os critérios envolvidos para quando indicar cirurgia de joanete.

“Quando indicar cirurgia de joanete” é a dúvida que mais ouço no consultório. A resposta depende do nível de dor, limitação nas atividades e falha das medidas conservadoras.

A seguir, você encontra critérios objetivos, opções de procedimento e orientações para uma decisão segura.

Joanete: o que é e por que dói

O joanete, ou hálux valgo, é o desvio do dedão em direção aos outros dedos, com saliência óssea na base. A região inflama, o sapato comprime, a marcha muda e a dor aparece.

Calçado inadequado, predisposição familiar e artrite estão entre os fatores mais comuns.

Quando indicar cirurgia de joanete

Antes da operação, vale testar ajustes de calçado, palmilhas, medicação analgésica e fisioterapia. A indicação cirúrgica surge quando os sinais abaixo se mantêm apesar desses cuidados.

  • Dor persistente que impede caminhar, treinar ou trabalhar, mesmo com sapatos adequados.
  • Dificuldade para calçar modelos comuns, com necessidade constante de numeração maior ou formas largas.
  • Deformidade progressiva do hálux com cruzamento de dedos, calos e sobrecarga no antepé.
  • Complicações associadas como bursite recorrente, rigidez, lesões cutâneas e sinais de artrose.
  • Impacto na qualidade de vida com limitação social e funcional que não cede ao tratamento conservador.

A gravidade da dor pesa mais que o ângulo do desvio. O objetivo é aliviar os sintomas, corrigir o alinhamento e frear a progressão.

Avaliação pré-operatória essencial

A consulta define a estratégia. Como cirurgião especialista em joanete, analiso a história clínica, tipo de pé, amplitude de movimento e exames de imagem.

  • Radiografias em carga para medir ângulos e planejar a osteotomia.
  • Exames laboratoriais e avaliação cardiológica quando indicado.
  • Revisão de medicamentos, incluindo anticoagulantes e análogos de GLP-1.

Como é feita a cirurgia de joanete

O procedimento corrige o eixo do primeiro raio por cortes controlados no osso e ajustes de partes moles, com fixação por parafusos ou grampos. A técnica é escolhida caso a caso.

  • Percutânea (minimamente invasiva): microincisões, menor agressão tecidual, apoio precoce com sandália pós-operatória.
  • Osteotomias distais ou proximais: realinhamento preciso em diferentes níveis do primeiro metatarso.
  • Exostectomia: remoção da saliência, geralmente combinada ao realinhamento.
  • Artrodese: indicada em artrose avançada ou deformidades rígidas.

O tempo em centro cirúrgico é curto na maioria dos casos, com alta no mesmo dia e apoio protegido conforme a técnica.

Riscos, resultados e o que esperar

Complicações são incomuns quando há boa indicação e técnica correta. A taxa de satisfação é alta, com melhora de dor e função na maioria dos pacientes.

  • Vantagens: alívio da dor, correção do alinhamento, melhora estética e de calçado.
  • Riscos possíveis: infecção, rigidez, dor residual, recidiva, atraso de consolidação.
  • Expectativa: retorno às atividades diárias em 4 a 6 semanas, esporte leve após 8 a 12 semanas, conforme avaliação.

Cuidados pré-operatórios

Alguns ajustes simples melhoram a segurança e a recuperação, como:

  • Parar de fumar e evitar álcool nos dias anteriores.
  • Manter controle de glicemia e pressão.
  • Organizar apoio em casa para os primeiros dias.
  • Levar ao hospital os exames e a sandália pós-operatória indicada.

Cuidados pós-operatórios

As primeiras semanas pedem proteção do pé e acompanhamento próximo. A adesão às orientações reduz edema e acelera o retorno às rotinas.

  1. Usar a sandália pós-operatória conforme prescrito.
  2. Manter o pé elevado, aplicar gelo por períodos curtos e respeitar o repouso relativo.
  3. Trocar curativos nas datas orientadas e observar sinais de infecção.
  4. Iniciar fisioterapia quando liberado para mobilidade e propriocepção.
  5. Retomar direção e trabalho de forma progressiva, com liberação médica.

Guia rápido para a decisão

Use este checklist em conjunto com a sua consulta com ortopedista especializado em pé e tornozelo:

  • Dor contínua que limita tarefas simples.
  • Dificuldade para calçar modelos usuais.
  • Desvio que avança e gera calos ou sobrecarga.
  • Falha de medidas conservadoras após período adequado.
  • Objetivo claro de retomar atividades sem dor.

Se você sofre com dores devido ao joanete e já tentou todo tipo de tratamento, agende uma consulta para uma avaliação cuidadosa, diagnóstico preciso e tratamento individualizado.

FAQs

Quando a cirurgia de joanete é realmente necessária?

Quando há dor persistente, limitação funcional, dificuldade para usar calçados comuns e falha do tratamento conservador.

A técnica percutânea serve para todos?

Atende a maioria, porém casos rígidos ou com artrose podem exigir técnicas abertas ou artrodese.

Quanto tempo para voltar às atividades?

Atividades diárias entre 4 e 6 semanas, esporte progressivo após liberação, com variação individual.

Existe risco de o joanete voltar?

O risco é baixo quando a indicação é correta, a técnica é bem executada e o uso de calçados adequados é mantido.

Qual profissional devo procurar?

Ortopedista especialista em pé e tornozelo, com experiência em joanete e domínio de técnicas percutâneas e abertas.

Dr. Bruno Air

Especialista em cirurgia minimamente invasiva de pé e tornozelo em Goiânia, CRM/GO, SBOT e RQE. Fellowship em Cirurgia do Pé e Tornozelo no Massachusetts General Hospital – Harvard University e no Weil Foot & Ankle Institute – Chicago. Mestre e doutor em Ciências da Saúde pela UFG.

Artigos relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo
Dr. Bruno Air